terça-feira, 29 de novembro de 2011

As pessoas se abraçam e se beijam no final do ano: não é hipocrisia

Por Wolmar Carregozi – Médico (acessemed.com.br)


O abraço deveria ser mais frequente entre os seres humanos, e não reservado para ocasiões especiais

Com o final do ano se aproximando as pessoas começam a ficar apreensivas acerca de seu futuro incerto. Uma comoção coletiva toma conta do mundo. Por toda parte se propagam as mensagens de natal e ano novo.

As pessoas são tomadas pela motivação que as festas trazem e acabam ficando fragilizadas ao ponto de se emocionarem. Os sentimentos de perda se aguçam, a sensação do dever não completamente cumprido, as frustrações pelos planos não concretizados plenamente, as metas que se mostram cada vez mais desafiadoras fazem com que todos fiquem um pouco tristes nesta época. Em contrapartida, perceber que as outras pessoas ainda são confiáveis e que o carinho, o respeito e o amor ainda existem as tornam um pouco mais felizes. Assim, as festas de fim de ano trazem tristeza e alegria aos corações por este mundo afora.

Independente de cultura, credo, posição social, raça ou cor, todos estão sujeitos a isto. Na realidade, o ser humano gostaria de viver sempre desta forma, se abraçando, compartilhando suas alegrias e mágoas, dividindo suas emoções, como num show, no carnaval, numa igreja ao final de um culto, numa partida de futebol ou qualquer outro esporte. Acontece que, depois dos festejos tudo volta ao normal (normal?), o trabalho, os negócios, a rotina de vida e, consequentemente, o distanciamento mais uma vez.

O resultado disto é que o ritmo de vida concentrado, preocupado, tenso e competitivo imposto pela época em que vivemos, faz com que as pessoas andem pelas ruas conversando sozinhas, pensando alto, entregues aos seus notebooks, celulares e tablets de tal modo que, muitas vezes, nem cumprimentam os conhecidos e amigos que passam pelas ruas e lojas.

Quando a situação atinge um limite insustentável, vem a catarse das festas de fim de ano. Deveríamos, então, dizer e considerar que agora sim, tudo voltou ao normal e não o contrário. Desta forma, analisando não casos pontuais, mas, o comportamento humano no sentido global, concluimos que as pessoas não fazem gênero pelo espírito natalino e, sim, extravasam os seus mais tímidos e sinceros sentimentos, pois, agora estão “autorizadas” a fazê-lo; agora as outras pessoas estão receptivas e motivadas a fazerem uma pausa nos seus afazeres, porque é Natal.

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