terça-feira, 8 de novembro de 2011

"Amo minha cidade, pra mim ela é como um time de futebol, que idependente dos jogadores você torce por ele."

O relato de uma Conquistense

No domingo peguei a revista Veja, e olhando a matéria sobre cidades logo me interessei, mas que vergonha nacional, nossa cidade estampada daquela forma na matéria, naquele momento me lembrei de alguns fatos que infelizmente justificavam o que estava escrito ali.

Há dois anos minha filha pega na biblioteca municipal 4 livros por quinzena e por sinal lá existe um excelente acervo infantil, com o tempo percebi nas fichas destes que eles passam anos sem que alguém os peguem para lê. Então pensei muitas crianças poderiam estar lendo estes livros que estão aqui "enfurnados", e nesta época fui até uma escola municipal no caso uma próxima da minha casa no Bairro Jardim Guanabara, e enquanto conversava com a coordenação vi professoras tirando cópias de tiras de quadrinhos para os meninos lerem e vi que realmente a escola precisava de ajuda neste sentido - basicamente me ofereci para levar e trazer toda semana os livros da biblioteca para a escola, mas a direção da biblioteca não permitiu alegando que o acervo iria ficar desfalcado, achei aquilo um absurdo!

Faço aqui uma conta simples se numa sala de aula tem 30 alunos e 30 livros num rodízio dentro de um mês seriam 30 livros por aluno - 1 por dia, muito mais do que um livro por semana como na cidade de Marília (maior nota do Ideb) citada na matéria da revista. Não é difícil, é a morosidade que impede o nosso desenvolvimento.

A diretora da escola também não demostrou muito interesse em ajudar neste processo, é tanto que desde essa época pedir à ela para inscrever a escola no projeto "Amigos da Escola" e este ano estive lá, e ela me confirmou que até hoje não o fez. E pra terminar pedir o nº do telefone para confirmar um evento que iria acontecer na escola, então ela me disse que na escola não tem telefone e não nem acesso a internet, é muito atraso, mas é esta realidade que justifica nossa nota do Ideb.

Sei que a estrutura física das escolas da nossa cidade esta melhorando, mas essa de passar de ano quem não sabe lê, não vai levar a lugar nenhum e logo a falta da qualidade no ensino básico vai formar muitos analfabetos.

Penso que o interesse dos professores e principalmente dos diretores dessas escolas é fundamental para que esta situação melhore.

Lembro ainda uma reportagem do Jornal Nacional, com o JN no ar, ainda este ano que mostrava escolas na região norte do país com notas altas no Ideb, que apesar da precariedade da estrutura a nota era resultado da ação conjunta de pais, professores e da coordenação pedagógica empregada.

Faço também uma crítica a editora abril, que manda pra reciclagem gibis que poderiam se doados - informação dada por sua distribuidora aqui da cidade.

Leidiane Lima

(ex-aluna da escola Municipal Ida David de Castro)

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