segunda-feira, 12 de março de 2012

O que é a Missa

Por João Batista Passos
Membro do Apostolado Sociedade Católica


Há alguns anos estava conversando com um protestante, que me dizia que havia sido católico por 30 anos e que por 30 anos ouviu a Missa sempre da mesma forma, que era uma repetição, uma mesmice sem sentido. Então, naquela oportunidade perguntei a ele se ele poderia me explicar o que era a Missa, qual a sua função, qual o fundamento pelo qual nós católicos nos reunimos para celebrá-la, se poderia me dizer quais as partes da Missa e seus sentidos.


A resposta me deixou espantado e ao mesmo tempo bastante decepcionado, ele não sabia o que era a Missa e nem diferenciava uma parte de outra no contexto da celebração.

Não sabia o básico do básico, que Jesus é o centro de toda a celebração e que na Missa se perpetua o Santo Sacrifício do Altar. Expliquei a ele um pouco das partes e citava as orações e ele disse, que em 30 anos, não havia aprendido e nem percebido estes sentidos da celebração do Santo Sacrifício. No final, algo que ele me disse, me surpreendeu novamente, ele dizia que apesar de ter mudado a sua convicção religiosa, disse que apesar de tudo, a Missa ainda era algo que ele achava bonito.

Então, o que podemos avaliar nestas questões acima tratadas? Porque um fiel passou 3 décadas dentro da Igreja e não compreendia o Mistério Eucarístico, a centralidade da pessoa de Jesus Cristo na celebração, a função do Sacerdote, a questão doPersona Christi, a proclamação da Palavra de Deus, sobretudo na solene proclamação dos Santos Evangelhos e principalmente o ápice e a fonte da vida cristã que é a fé no Mistério Eucarístico.

Há de fato uma desconstrução dos sentidos litúrgicos, do porque celebramos e o que celebramos. Há uma minimização dos Santos Mistérios, da realidade dos Sacramentos, da Profissão de Fé. Logo, há erros que ocasionam fatos verdadeiramente tristes, pois faz com que pessoas que estão inseridas pelo Batismo no Corpo Místico de Cristo, que é a Santa Igreja, já não reconheçam o verdadeiro rosto da Igreja e de seu Senhor, dentro da desordem e da desinformação instaurada por mentalidade demasiadamente humana nos ambientes paroquiais. Graças a Deus, esta mentalidade vem sendo extirpada da Igreja e as coisas começam a voltar aos seus lugares, lentamente, mas há um caminhar no sentido dos sentidos católicos.

Mas a proposta deste artigo não é simplesmente a crítica de alguns elementos que fizeram e fazem as pessoas a buscarem Cristo fora de Cristo, mas sim propor uma catequese sobre o que é a Santa Missa.

Assim como o senhor protestante que não conhecia a Missa, não é exagero pensar que milhares de Católicos se encontram na mesma situação, que talvez até participem devotamente da Missa, mas pouco conhecem sobre ela. Para montarmos esta catequese, iremos utilizar, obviamente, textos do Catecismo da Igreja Católica (CIC) e a Instrução Geral do Missal Romano (IGMR) e as FAQ´s do Apostolado Sociedade Católica (SC).

O que é a Santa Missa?

Jesus se ofereceu de uma vez por todas o seu Sacrifício a Deus Pai por nós. O Sacrifício de Cristo na Cruz é único e perfeito. Na Santa Missa, o mesmo Sacrifício da Cruz se torna presente, não sendo um novo Sacrifício, mas o mesmo Sacrifício único, perfeito e definitivo ocorrido no Calvário. Somos com o que transportados para o pé da Cruz e celebramos aquele Sacrifício perfeito em favor de nossa Salvação. O Sacrifício perfeito.

CIC §1367 O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício: "É uma só e mesma vítima, é o mesmo que oferece agora pelo ministério dos sacerdotes, que se ofereceu a si mesmo então na cruz. Apenas a maneira de oferecer difere". "E porque neste divino sacrifício que se realiza na missa, este mesmo Cristo, que se ofereceu a si mesmo uma vez de maneira cruenta no altar da cruz, está contido e é imolado de maneira incruenta, este sacrifício é verdadeiramente propiciatório".

A Santa Missa é uma repetição do Sacrifício perfeito e único de Cristo?

Não. A Santa Missa é a renovação do Sacrifício e não uma repetição ou um novo Sacrifício realizado em cada celebração. É bom entendermos bem isso. A Santa Missa preserva e perpetua o Sacrifício Redentor, não há repetição, pois o Sacrifício da Cruz é único e perfeito.

Os Católicos não valorizam a Palavra de Deus na celebração da Missa?

Esta é uma afirmativa muito comum que ouvimos de ex-fiéis, por isso a trataremos aqui. É um grande absurdo afirmar isso, devido que em todas as celebrações litúrgicas há no mínimo três leituras bíblicas, sendo que o Evangelho não é apenas lido, mas solenemente proclamado, e devemos escutá-lo como se o próprio Cristo estivesse em nosso meio a nós anunciando o Reino de Deus, a conversão, a salvação,a Boa Nova.

Esta parte da celebração é chamada de Liturgia da Palavra. Veja, dentro da Liturgia da Santa Missa há uma Liturgia especial, totalmente dedicada a Palavra de Deus. Inicia-se com a primeira leitura, comumente usando leituras do Antigo Testamente ou das Carta de São Paulo. Logo depois se canta um Salmo e depois se proclama o Santo Evangelho, sendo que somente um Sacerdote ordenado pode lê-lo na celebração eucarística, pois como já dissemos acima, temos o Sacerdote como o próprio Cristo que nos anuncia o seu Evangelho. A essa capacidade dos sacerdotes validamente ordenados pela Igreja, chamamos de Persona Christi, ou seja, o Padre celebra a Missa como sendo o próprio Cristo. Este Mistério de Fé já torna a Santa Missa uma das coisas mais lindas que podemos imaginar sobre a face da terra. Por isso os sacerdotes devem ser zelosos pela Igreja e pela sua Doutrina, dar a sua vida inteira a ela, assim como Jesus fez e pediu que eles o fizessem.

Mais uma observação sobre a Palavra de Deus na liturgia da Santa Missa. Nos dias de Domingo e dias de Guarda, além da Primeira Leitura e do Salmo, há também a Segunda Leitura. Ou seja, em todas as Santas Missas ouvimos a Palavra de Deus no mínimo 3 leituras bíblicas, e nas Celebrações de preceito, ou seja, obrigatórias para todos os cristãos, ouvimos 4 leituras bíblicas.

Após as leituras bíblicas e da proclamação do Santo Evangelho, o Padre ainda faz a Homilia, explicando as passagens bíblicas ou fazendo aprofundamento e terminamos professando a Fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, professando a nossa Fé no Espírito Santo, na Santa Igreja, no perdão dos pecados e na ressurreição.

O que eu preciso para participar da Sagrada Comunhão Eucarística?

Preciso estar em estado de graça, ter confessado os meus pecados, preciso estar em comunhão com Cristo e com a Igreja, vivendo com Fé o Evangelho da Salvação, buscando a conversão do coração e a santidade. Não posso estar desalinhado com os demais sacramentos da Igreja, por exemplo, não pode comungar quem se casa por uma segunda vez, ou quem participa de eventos de confissões religiosas ou organizações que atentem contra a integridade da Fé Católica. Por exemplo, que freqüenta sessões espíritas, maçonaria, participa de partidos comunistas, socialistas ou de instituições que agridem o direito da vida, por exemplo, que defendam o mal do aborto.

Qual o Sacramento é produzido na Santa Missa?

Nós comungamos com Deus em diversos momentos de nossa vida, seja no momento de oração, na prática da piedade e da misericórdia cristã para com o próximo, na fidelidade no matrimônio e para com os filhos, na prática das virtudes. Se eu comungo destas formas com Jesus Cristo, devo querer comungá-lo com Ele de maneira mais intensa e íntima, e desta forma eu comungo com Cristo através da Eucaristia, de maneira sacramental, ou seja, de maneira visível, tocante. Este momento é o momento que a Igreja considera como o ápice da vida cristã e o ao mesmo tempo o seu ponto de origem. Fonte e ápice.

O que significa a palavra Eucaristia?

A palavra Eucaristia significa “ação de graças”, porém a Igreja dá a ela o seguinte contexto:

A Eucaristia, sacramento de nossa salvação realizada por Cristo na cruz, é também um sacrifício de louvor em ação de graças pela obra da criação. (CIC 1359)

A Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, a atualização e a oferta sacramental de seu único sacrifício na liturgia da Igreja, que é o corpo dele. Em todas as orações eucarísticas  encontramos, depois das palavras da instituição, uma oração chamada anamnese ou memorial. (CIC 1362)

Como uma pessoa impedida de comungar sacramentalmente pode participar da Santa Missa?

Como já foi explicitado acima, algumas pessoas podem participar da Eucaristia, mesmo que por algum motivo a impeça de comungar de forma sacramental. Por exemplo, uma pessoa casada pela segunda vez, está em débito com o Sacramento do Matrimônio, ou seja, não pode participar de nenhum outro Sacramento da Igreja enquanto esta situação persistir. Mas como dissemos, esta mesma pessoa pode testemunhar a grandiosidade do Sacramento Eucarístico prestando-lhe culto de adoração, seja na Santa Missa ou mesmo fora dela. E levando uma vida onde se prima pela vida de oração, pela Fé e pela Esperança, cultivando as virtudes pessoais. Quando uma pessoa nesta condição aceita em respeitar a Sagrada Comunhão e dela não participar sacramentalmente, está testemunhando a validade e a sacralidade do Sacramento da Eucaristia e de todos os demais Sacramentos, inclusive testemunha a validade do Sacramento do qual não se pode cumprir.

Pessoas que participam de instituições que divergem frontalmente com o Evangelho anunciado por Cristo, também estão impedidas de participar da Comunhão Eucarística. Mas há uma diferença, estas pessoas se afastaram da Fé e não estão apenas em dívidas com ela, a negam e provocam divisões no corpo de Cristo. Estes devem buscar através da oração, da penitência e das virtudes, entrar em comunhão com Cristo através de sua Igreja e abandonar os seus erros e assim, estarem livres para anunciar a Fé em Cristo, no Evangelho e na Santa Igreja.

A Santa Missa pode ser comparada com um culto protestante?

Não. A celebração da Santa Missa não pode ser comparado com um culto protestante por diversos motivos, as linhas que se seguem a Santa Missa e o culto protestante são diferentes, apesar que podem possuir a priore a mesma finalidade.

O Culto protestante se torna característico pela leitura das Sagradas Escrituras, não possuem altar por não possuir sacrifício, mas apenas o púlpito ou o ambão, nomes que são chamados a mesa onde se porta as Sagradas Escrituras.

Na Santa Missa, além do ambão, que é a mesa de onde se lê as Sagradas Escrituras, temos a mesa do Altar. Altar, desde as mais antigas tradições do Velho Testamento, é onde se ocorre um Sacrifício. Aqui está a grande diferença entre o culto em torno da Palavra e o culto de adoração e louvor em torno do Sacrifício único e perfeito, que ocorre na Santa Missa. Podemos dizer que o culto eucarístico, que desde os tempos apostólicos acontece em favor dos fiéis, fora subtraído, tirou-se a parte mais importante e resumiu-se apenas em torno da Palavra.

No culto protestante o Pastor é um homem que recebendo o conhecimento das Sagradas Escrituras a anuncia, na Santa Missa, o Padre, em função de sua dignidade Sacerdotal age não como um portador de uma verdade, mas como a própria pessoa de Cristo. Isto se dá em dois momentos da celebração, na Liturgia da Palavra, quando o Evangelho é proclamado e durante a Liturgia Eucarística, quando o Sacerdote realiza no lugar de Cristo a celebração da Santa Ceia, oferecendo a Deus Pai o Sacrifício de Cristo em nosso favor. Cremos no Sacrifício de Cristo, por isso podemos dizer que a Santa Missa é infinitamente superior ao culto protestante, não por questão de estrutura, mas por fundamentos da Fé que herdamos dos Apóstolos e que não podem ser alteradas por homem algum.

Para termos uma noção exata da antiguidade da celebração do Culto Eucarístico, vamos ler o que São Paulo escreve aos fiéis de Corinto (I Cor 11, 23-31 )

“Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação. Esta é a razão por que entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos. Se nos examinássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.

Este texto Bíblico nos mostra diversos temas que já abordamos. Condição para comungar, conhecimento do Sacramento da Eucaristia e a Fé na presença do Senhor em Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Ou seja, para comungar com Cristo é preciso crer e com Ele não se escandalizar.

Devemos crer que a Eucaristia é o Corpo e o Sangue de Cristo?

Sim. Este é o Mistério de nossa Fé. A Eucaristia é verdadeiramente o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo e devemos crer nisso de maneira incondicional. Jesus nos deixa este adorável Sacramento que se torna adorável justamente por nele estar o Cristo todo, inteiramente presente.

A Igreja ensina que no momento da consagração das espécies eucarísticas se transformam de pão e vinho em Corpo e Sangue de Jesus Cristo. Jesus mesmo havia prometido que daria aos que nele cressem o seu Corpo e o seu Sangue, afirmando ser o seu Corpo verdadeira comida e seu Sangue verdadeira bebida. Leiamos o Evangelho de João, capítulo 6.

“Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Vossos pais, no deserto, comeram o maná e morreram. Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo. A essas palavras, os judeus começaram a discutir, dizendo: Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne? Então Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.”

O Mistério da Eucaristia é tão grande que não poderia ser recebido com reservas ou com ambigüidades. Jesus afirma com clareza sobre o Pão que iria nos dar seria o seu próprio Corpo e o próprio Sangue e que estes eram verdadeira comida e verdadeira bebida. Eis o Pão descido do Céu, eis o Mistério da Fé!

Transubstanciação é o termo que a Igreja usa para afirmar a Fé no dom eucarístico, onde o pão e o vinho ofertado a Deus se transformam verdadeiramente no Corpo e no Sangue de Cristo, configurando assim o próprio Cristo que se oferece a Deus por nós no momento do Sacrifício no Calvário.

A Santa Missa é celebrada por quem e pra quem?

A Santa Missa é celebrada pelo próprio Cristo, pontífice entre os homens e Deus. Através da pessoa do Padre, pela sua dignidade sacerdotal, Jesus Cristo oferece a Si mesmo a Deus Pai o Sacrifício que nos trouxe a redenção. O Sacrifício do Altar é a máxima mostra de amor que os homens receberam e receberão durante a sua história, por isso, exige todo o respeito, piedade e humildade.

Como dissemos, através do Sacerdote, Jesus se oferece a Deus por nós, portanto, o Sacrifício do Altar é ofertado a Deus por Jesus Cristo. Muitas pessoas pensam que o Sacrifício de Cristo é ofertado para nós que estamos na Assembleia, mas não, saibamos que no momento da Consagração a Oferta do Sacrifício é a Deus em nosso favor. Naquele momento Deus sendo um de nós oferece o seu Sacrifício pela nossa salvação, pela nossa justificação.

Mas se nós, a Igreja, somos parte do Corpo Místico de Jesus Cristo, então devemos oferecer neste momento também os nossos sacrifícios, as nossas orações, os nossos compromissos de se viver uma vida verdadeiramente  configurada a vida de Jesus Cristo.

Segue trecho da Oração Eucarística IV, para observarmos isso.


É justo e nos faz todos ser mais santos louvar a vós, ó Pai, no mundo inteiro, de dia e de noite, agradecendo com Cristo, vosso Filho, nosso irmão. É ele o sacerdote verdadeiro que sempre se oferece por nós todos, mandando que se faça a mesma coisa que fez naquela ceia derradeira. Por isso, aqui estamos bem unidos, louvando e agradecendo com alegria, juntando nossa voz à voz dos anjos e à voz dos santos todos, para cantar (dizer): Santo, santo, santo...”

Como deve ser celebrada a Santa Missa?

A Santa Missa é a grande oração da Igreja, sem nenhum outro comparativo. Para que seja expressa a dignidade sacrifical da Santa Missa, a Igreja estabelece ritos e estes ritos não são meramente formas ou subsídios que devemos respeitar mais ou menos, mas são compreensões dos Mistérios celebrados, ou seja, a Liturgia existe porque Deus existe e se revelou aos homens e neste sentido que devemos participar. A celebração eucarística não é uma mera reunião de pessoas e muito menos uma festa, mas sim uma convocação que Deus faz ao seu povo, por meio da Igreja, para que todos aqueles que crêem em seu Filho e no seu Sacrifício Redentor obtenham maior graça e sejam assim, alimentados, encorajados, tenham sua esperança aumentada e a sua Fé cresça a ponto de nutrir os que participam do banquete do Cordeiro e se alegrem no Senhor, sejam mais confiantes e dispostos, que aceitem com maior amor os Mistérios da Salvação e as grandes responsabilidades que lhe são confiadas, pelo fato de que por Deus foram convocados.

Por isso, durante a Santa Missa, os Sagrados Mistérios que são celebrados devem falar aos corações, e isso se dá através de momentos de reflexão e de períodos propícios de silêncio, de Sagrado Silêncio. Alguns dizem que isso tornaria a Santa Missa pouco convidativa e que tem que ter mais animação, palmas, alguns extrapolam inserindo danças e até encenações durante a Santa Missa, fazendo com que o verdadeiro sentido que deve ser observado sejam dispersos, causando a fuga dos sentidos em do Mistério Salvífico para distrações pouco frutuosas. Se a Liturgia da Santa Missa em sua simplicidade promove o aumento da esperança e da fé em Deus, os ruídos inseridos por terceiros, ao tempo que podem segurar a atenção dos fiéis durante a celebração, pouco os enriquecem para o além da celebração. Sejamos fiéis aos Ritos e zelosos por eles, para que na sua verdade possamos enriquecer a nossa esperança, a nossa fé e a nossa caridade.

Porque o costume de se comungar apenas o Pão e não o Vinho?

Devido ao zelo que a Igreja tem com as matérias eucarísticas, que são o Pão e o Vinho. O vinho é mais difícil de se guardar e se perde mais rápido e também aumenta as chances de se perder fragmentos eucarísticos, o que não pode ocorrer de forma alguma. A espécie do Pão já permite um manuseio e guarda mais facilitados, não estragam tão rápidos, e permite que as partículas sejam guardadas para que se possam levar aos doentes e aos cativos, aquele que por falta de capacidade de locomoção, recebem o Corpo e o Sangue de Jesus nos locais onde se encontram.

E não há nenhuma perda se comungamos apenas sob a espécie do Pão, porque tanto na espécie de Pão e do Vinho, encontram-se matérias eucarísticas, onde estão presente em cada uma delas o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Igreja pede que se houver todos os cuidados que se permita maior freqüência a comunhão sob a espécie de Vinho.

O que são as Missas de preceito?

As Santas Missas de preceito são aquelas que os cristãos tem a obrigação de participarem, são também chamadas de Missas de Guarda ou Dias Santos. O Catecismo nos ensina que estes dias são chamados de Dias Festivos. As Santas Missas celebradas durante a semana, geralmente não são obrigatórias, mas mesmo assim, aqueles que tiverem a graça de participar cotidianamente das Santas Celebrações, enriquecerão muito a si mesmos com a Palavra de Deus e com a Comunhão Eucarística. Alguns dias festivos tiveram aqui no Brasil as suas datas alternadas para o Domingo, sendo que esta opção é facultativa, sendo que o idela é que se realizem as datas festivas em seus dias próprios.

O Código de Direito Canônico define os dias de festa:

"Cân. 1246:

 

Parágrafo 1 - O domingo, dia em que por tradição apostólica se celebra o mistério pascal, deve ser guardado em toda a Igreja como o dia de festa por excelência. Devem ser guardados igualmente o dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Epifania, da Ascensão e do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, de Santa Maria, Mãe de Deus, da sua Imaculada Conceição e Assunção, de São José, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, e, por fim, de Todos os Santos.

Parágrafo 2 - Todavia, a Conferência dos Bispos, com a prévia aprovação da Sé Apostólica, pode abolir alguns dias de festa de preceito ou transferi-los para o domingo."


Porque o Domingo e não o Sábado?

Devido a Tradição dos Apóstolos de se reunirem para a Celebrarem a “Fração do Pão” no primeiro dia da semana. Isso se dá por causa da ressurreição de Cristo neste dia. Santo Agostinho ensinava que foi no oitavo dia que Deus concluíra a criação do mundo, justamente no dia em que o homem venceu o seu maior inimigo, a morte.

“No dia do Senhor, deixai tudo e zelosamente correi à vossa assembleia, porque é o vosso louvor a Deus. Caso contrário, que desculpas terão junto de Deus aqueles que não se reúnem, no dia do Senhor, para ouvir a palavra de vida e nutrir-se do alimento divino que permanece eternamente? “.Tratado do século III denominado Didaskália dos Apóstolos.

O Domingo deve ser Santificado e integralmente direcionado para Deus. Isto nem sempre é fácil de se cumprir nos dias de hoje, pois temos muitas distrações que nos vão desligando de nossos verdadeiros tesouros e entre estes tesouros nossos está o dia do Domingo.

O Papa João Paulo II, preocupado com a falta do sentido cristão em torno deste dia tão especial e agradável ao Senhor, escreveu uma encíclica especialmente dedicada ao dia do Domingo e sua santificação. Para quem quiser ler, a encíclica chama-se Dies Domini e pode ser encontrada no Sítio do Vaticano.

“Infelizmente, quando o domingo perde o significado original e se reduz a puro « fim de semana », pode acontecer que o homem permaneça cerrado num horizonte tão restrito, que não mais lhe permite ver o « céu ». Então, mesmo bem trajado, torna-se intimamente incapaz de « festejar »

O Domingo recebe diversos nomes que o caracterizam. Vamos conhecer alguns:

Dies Domini – Dia do Senhor, Dies Christi – Dia de Cristo, Dies Ecclesiae – Dia da Igreja, Dies Hominis – Dia dos homens,Dies Dierum – Dia dos dias, Dies felix Christi Victoria – Dia da feliz vitória de Cristo.

Certa vez, ainda durante o Império Romano, sob a perseguição de Diocleciano que havaia proibido as celebrações dos Cristãos, alguns cristãos de Abitinia, que fica na África, ao serem embargados por terem celebrado a Santa Missa num dia de Domingo, responderam aos seus perseguidores:

“Foi sem qualquer temor que celebrámos a ceia do Senhor, porque não se pode deixá-la; é a nossa lei”; “não podemos viver sem a ceia do Senhor.”. Viraram mártires que deram a suas vidas pelo amor a Santa Eucaristia e a Jesus.

Todas as vezes que assisto a uma Santa Missa, sou obrigado a comungar?

Não. A obrigação de se comungar é de pelo menos uma vez ao ano, mas é salutar que em todas as celebrações se possa comungar. Mas nem sempre todos estão preparados para receber o Corpo e o Sangue do Senhor, devido a alguma falta que ainda não fora corrigida ou por algum ato inconveniente desprovido de arrependimento, ou por não se ter perdoado a quem lhe ofendeu, então deve se fazer um sincero exame de consciência e procurar o quanto antes a confissão sacramental para que novamente remido pela Misericórdia Divina e reconciliado com os irmãos, a pessoa possa a voltar a estar em plena comunhão com Jesus Cristo, através da Igreja que é o seu Corpo.

Quando a pessoa está impedida de comungar ela não está dispensada de participar das Santa Celebrações, sobretudo das celebrações dos dias de guarda. A pessoa, mesmo estando em grave pecado, deve participar das Santas Missas, para que por ela o próprio Deus possa lhe mostrar as vias do perdão, do arrependimento e da própria cura do corpo e da alma.

Da Santa Missa não devemos abrir mão!

Certa vez um Padre disse que de todas as coisas na vida, a única que não podemos abrir mão é a Santa Missa. Aquelas palavras de um Sacerdote marcaram pela confiança límpida que devemos ter no Senhor. Acima de tudo está Deus está presente de maneira sem comparações, na Santa Missa Católica. Dizia ainda, mesmo que estivermos cansados, a ponto de estar sonolento e mesmo assim vamos a Santa Missa, isso tem imenso valor, valor de sacrificio

Uma vez, um jovem Padre dizia a um Sacerdote mais vivido que desde a sua ordenação havia celebrado mais de 900 Missas e perguntou ao Padre que o ouvia quantas eles havia celebrado, teria sido mais de 3000 Missas. Ao que o Sacerdote mais experiente respondeu. Em 30 anos de sacerdócio, celebrei uma única Missa, uma única e Santa Missa, a mesma que Jesus celebrou naquela quinta-feira santa, antes de sua paixão.

Renovemos os nossos anseios em relação a Santa Missa, não deixemos passar despercebidos todas as vias que Deus vem ao nosso encontro durante a celebração da Santa Missa.



 

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